Crossdressing além do armário

Post original do Blog O Homem Feminino.

Crossdressing além do armário

Nos recantos tranquilos das nossas vidas, muitas vezes há partes de nós mesmos que anseiam por se libertar, por respirar além dos limites do nosso curto entorno. Para alguns, esta libertação surge na forma de quebrar normas sociais, transcender as expectativas de gênero e encontrar consolo na auto-expressão. O ato de se aventurar com roupas que desafiam as normas tradicionais de gênero pode ser ao mesmo tempo estimulante e assustador. No entanto, é um passo para acolher a forma mais verdadeira da identidade de alguém.


A experiência de vestir roupas que podem não estar de acordo com o seu gênero pode ser um exercício profundo de auto libertação. A sensação do tecido macio contra a pele, o andar gracioso e os gestos alegres podem encapsular uma sensação de autenticidade que pode estar confinada dentro das paredes de nossas casas. Há uma beleza profunda neste ato – uma expressão genuína do desejo da alma de se libertar das restrições das expectativas da sociedade.
No entanto, esta forma de auto-expressão muitas vezes traz consigo o seu próprio conjunto de desafios. O medo de julgamento, os estigmas sociais e o risco de enfrentar o preconceito podem ser grandes. É um passo corajoso, que exige não apenas a aceitação pessoal, mas também a aceitação coletiva de um mundo que ainda está a aprender o espectro da diversidade humana.

O desejo de sair com roupas genuínas, de expressar-se livremente sem inibição, é um apelo poderoso para quebrar as cadeias das limitações sociais. O interior pode, por vezes, parecer um santuário, mas também pode confinar e sufocar a própria essência de quem somos. Torna-se um paradoxo – um porto seguro que restringe simultaneamente a plenitude da nossa identidade.


Encorajar outros a abraçar a sua libertação, mesmo em passos graduais, é um ato de solidariedade. É um chamado para nos libertarmos das prisões auto impostas que criamos devido ao medo, às pressões sociais ou ao desconforto de sermos vistos de forma diferente.


Para aqueles que buscam a libertação, existem vários caminhos a explorar. Seja dando um passeio num parque local, visitando um café acolhedor ou participando de pequenas reuniões inclusivas, cada passinho conta. A beleza reside no processo gradual, mas consistente, de sair, encontrar espaços que permitam a expressão e expandir gradualmente as zonas de conforto.


O ato de autolibertação transcende as roupas; é uma celebração da liberdade pessoal e do direito de ser você mesmo sem remorso. É um movimento em direção a um mundo onde os indivíduos não estão confinados pelas limitações das normas de gênero prescritas, mas são, em vez disso, celebrados pela sua diversidade.


É uma jornada de capacitação e aceitação, tanto pessoal quanto coletiva. O mundo fora de casa pode parecer assustador, mas também é uma tela em branco à espera dos traços da individualidade. Por isso, a quem sente o peso do confinamento, encorajo-vos: deem esses passos, por mais pequenos que pareçam. Liberte-se das fronteiras e deixe o mundo testemunhar a beleza do seu eu autêntico.

Aos poucos estou tomando coragem para dar esses paços.

Poxa, tô precisando sair mais montada! Tenho me montado só em casa ultimamente! Mas a sensação de sair é muuuuito diferente!

Eu sempre me satisfiz com o crossdresser feito na intimidade do meu quarto, porém recentemente estou sentindo que não é mais suficiente, quero muito sair vestido da forma que acho bonito. Tenho experimentado roupas femininas nas lojas, e da última vez até pedi a opinião da vendedora, que prontamente me ajudou a dar o caimento correto da peça. Mas realmente estou sentindo a necessidade de fazer um "passeio completo" e sair completamente "em femme", só estou tomando coragem de ir no salão pra maquiagem e unhas.

Que legal, Celine. Muito bom o texto. Obrigada por compartilhar

O Crossdresser é como uma escada no escuro pra mim, ao pisarmos no primeiro degrau e sentir confiança avançamos para o próximo, quando enroscamos e paramos isso é muitas vezes o medo que nos trava de alguma fase que estamos vivenciando, dai insistimos ou seguimos outros caminhos, cada pessoa chega em algum lugar muitas vezes inimagináveis da onde poderia estar. A Ascensão nesse universo para algumas pessoas é na velocidade da luz e outras em slowmotion, não existe uma formula certa, cada pessoa tem seu tempo. Lembro hoje de 14 anos atras eu tentando convencer minha esposa que eu só precisaria ter uma única peça de roupa feminina de cada, que isso me bastaria, enganei a mim mesmo, hoje só de calcinhas tenho umas 70. Muitas vezes acho que nosso encanto pelas coisas femininas é idêntico ao das mulheres, elas tem milhares de roupas, acessórios e sapatos e sempre dizem que não tem nada. Rs.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] Gostei da sua analogia, e concordo com ela, hoje faço coisas que nunca imaginei que faria.

Lana Lace escreveu:

O Crossdresser é como uma escada no escuro pra mim, ao pisarmos no primeiro degrau e sentir confiança avançamos para o próximo, quando enroscamos e paramos isso é muitas vezes o medo que nos trava de alguma fase que estamos vivenciando, dai insistimos ou seguimos outros caminhos, cada pessoa chega em algum lugar muitas vezes inimagináveis da onde poderia estar. A Ascensão nesse universo para algumas pessoas é na velocidade da luz e outras em slowmotion, não existe uma formula certa, cada pessoa tem seu tempo. Lembro hoje de 14 anos atras eu tentando convencer minha esposa que eu só precisaria ter uma única peça de roupa feminina de cada, que isso me bastaria, enganei a mim mesmo, hoje só de calcinhas tenho umas 70. Muitas vezes acho que nosso encanto pelas coisas femininas é idêntico ao das mulheres, elas tem milhares de roupas, acessórios e sapatos e sempre dizem que não tem nada. Rs.

Eu não contei quantas calcinhas já tenho, mas sei que tenho mais calcinhas que cuecas. rs rs rs. E mesmo estando no modo MACHO, estou com calcinha por baixo. Deixei algumas cuecas para ir ao médico, por exemplo, mas já tive coragem de ir na depilação a laser que faço (meu corpo é todo depilado, nem no terceiro olho tem mais pelo), ir de calcinha. Já vou de saia mesmo, então já vou de calcinha mesmo, aquelas calcinhas tipo esportivas.

Como eu já comentei anteriormente, não acho que todas são obrigadas a sair montadas para validar o crossdressing. Esse artigo, do blog O Homem Feminino, traz uma reflexão importante que é o ir expandindo sua zona de conforto aos poucos.

Então se tem muito receio e não acha que é pra você, não tem problema nenhum de ficar na intimidade. Uma experiência não invalida a outra.

Respeite seus limites para que a experiência não seja traumática.

É questão de tempo mesmo. Estou indo bem devagar. Não sei se ainda terei efetivamente coragem para sair montada, mas em fantasia, parece ser ótimo. Primeiro, terá que ser em uma casa ligada à comunidade LGBT+, ou em algum evento que tenham somente crossdressers.

celine escreveu:

Como eu já comentei anteriormente, não acho que todas são obrigadas a sair montadas para validar o crossdressing. Esse artigo, do blog O Homem Feminino, traz uma reflexão importante que é o ir expandindo sua zona de conforto aos poucos.

Então se tem muito receio e não acha que é pra você, não tem problema nenhum de ficar na intimidade. Uma experiência não invalida a outra.

Respeite seus limites para que a experiência não seja traumática.

Ola eu considero me uma Crossdresser tenho vestidos roupas calcinhas e etc.mais de armário só que escondidos pq e muito preconceito ao redor das pessoas  . Infelizmente existe isso né .