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Machismo e cultura do estupro: como reverter a situação?

Saiba como combater a discriminação por gênero e coibir a violência contra a mulher

Saiba como combater a discriminação por gênero e coibir a violência contra a mulher

No Brasil, acontece um estupro a cada 10 minutos e um feminicídio a cada sete horas. Isso significa que cerca de três mulheres morrem por dia, apenas por serem mulheres.

Neste artigo, você vai ler:

Machismo nosso de cada dia
Entenda o que é a cultura do estupro
O que podemos fazer?
Não incentivar qualquer tipo de assédio
Não culpar a vítima
Eduque às crianças
Entenda que o estuprador pode ser alguém conhecido
Apoie as mulheres
Busque informações sempre
Diga não à violência!
Apesar de termos evoluído na legislação com a Lei Maria da Penha, que visa a coibir a violência contra a mulher, a todo momento, ouvimos casos de assédio sexual no trabalho, discriminação por gênero, agressão física e estupros até mesmo durante partos.

“Infelizmente, as estatísticas refletem o contexto sociocultural que vivemos, já que os papéis sociais atribuídos ao homem estão vinculados historicamente ao poder e ao domínio sobre a figura feminina. O homem se sente, num cenário patriarcal, como dono da mulher”, explica Raquel Panke, socióloga, cientista social e professora da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná).

Além disso, é bastante comum que ocorra uma culpabilização da vítima. Quem nunca ouviu alguém questionar a atitude da mulher ou qual roupa ela estava vestindo após um estupro?

Infelizmente, o machismo estrutural, a misoginia e a cultura do estupro fazem parte da nossa sociedade, mas podem (e devem!) ser combatidos diariamente. A seguir, acompanhe detalhes.

Machismo nosso de cada dia

Se você é mulher, provavelmente já sentiu a diferença de gênero em algum momento da vida ou deixou de fazer algo apenas por medo. O machismo pode ser definido como uma forma de sexismo, ou seja, há uma clara diferenciação entre os gêneros dos indivíduos.

Sendo assim, há a ideia de que exista distinções entre os homens e as mulheres, que os tornam superiores e dignos de mais direitos e vantagens.

Já a misoginia, envolve a repulsa e ódio às mulheres. Portanto, esses sentimentos negativos favorecem práticas discriminatórias, como é o caso da objetificação, exclusão social e violência de todos os tipos – sexual, psicológica, moral, patrimonial  e física.

“O machismo é chamado de estrutural porque está naturalizado em nossa sociedade e permeia todas as relações. Determina papéis e todos entendem que sempre foi assim e sempre será. O homem é colocado em oposição das mulheres. E o resultado disso é a violência de gênero”, afirma Silvana Conchão, socióloga e professora universitária.

O machismo pode ser mais “sutil” quando é praticado como se fosse uma brincadeira. No entanto, geralmente, as mulheres sentem no dia a dia que são prejudicadas e sobrecarregadas no trabalho, com o acúmulo de tarefas domésticas ou no cuidado com filhos e pais, por exemplo.

Entenda o que é a cultura do estupro

Roupas, atitudes, usos de bebidas alcoólicas, más companhias…o que não faltam são argumentos que culpabilizam uma mulher que sofreu um estupro. E, muitas vezes, o medo de ser julgada impede que elas denunciem o abuso sexual.

Isso acontece por causa da cultura do estupro, um termo que surgiu na década de 1970, após uma mobilização de feministas sobre os direitos das mulheres.

A partir desse momento, começou a se defender a ideia de que o estupro não está relacionado ao desejo sexual e, sim, com a dominação e poder do homem sobre a mulher. E vai além disso: também destaca comportamentos sutis e explícitos que silenciam ou miniminizam a violência sexual contra a mulher.

Vale destacar que o conceito de estupro é amplo. De forma resumida, pode ser definido como um crime sexual em que uma pessoa é forçada a ter qualquer tipo de contato sexual, com ou sem penetração, sob ameaça ou violência.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado, mais de 35 mil crianças e adolescentes foram estupradas no Brasil – e as meninas formam a maioria das vítimas: 85,5% dos casos. Portanto, nascer mulher já é um fator de risco para abusos.

O que podemos fazer?

Como você viu até aqui, a cultura do estupro e o machismo são atitudes que estão enraizadas na nossa sociedade.

Ainda são muitos os desafios enfrentados pelas mulheres, dentre eles, o mercado de trabalho: apesar de ainda serem a maioria, inclusive mais escolarizadas, elas têm menos acesso às posições hierárquicas de liderança e há desigualdade salarial.

Além de se indignar e apoiar as vítimas de violência, é importante rever pensamentos e ações do dia a dia que contribuem com a misoginia e as desigualdades de gênero.

De acordo com Panke, quando falamos em combater o machismo, logo pensamos em ações educativas para empoderar meninas e mulheres, o que é fundamental para que possam se posicionar na sociedade e identificar atitudes machistas que são, muitas vezes, banalizadas no contexto social.

“Porém, é importante ter ações voltadas para educar e sensibilizar o universo masculino, desde a infância. É necessário formar homens empáticos e cientes dos direitos das mulheres de modo naturalizado”, complementa.

Veja detalhes a seguir:

Não incentivar qualquer tipo de assédio

Evitar compartilhar vídeos e piadas que desvalorizem a mulher já é um passo importante. Achar engraçado qualquer assédio já incentiva a cultura do estupro.

Não culpar a vítima

Em hipótese alguma julgue a vítima, seus comportamentos e atitudes após uma violência física ou sexual. Isso retira o abusador do foco da situação, que é o único culpado da situação.

Eduque às crianças

É importante desde cedo explicar para as crianças sobre consentimento, mas também sobre a questão de gênero. Evite determinar cores de roupas (azul e rosa), brinquedos “permitidos ou proibidos” para meninos e meninas. Desafie os estereótipos de gênero e os ideais violentos que as crianças encontram na mídia ou nas ruas. E apoie a educação sexual nas escolas.

“Se a gente aprendeu que a desigualdade é natural, é possível rever conceitos e papéis sociais que determinam comportamentos e expectativas. É preciso desconstruir essas ideias. Não vejo outro caminho que não seja pela educação igualitária e não sexista para que as pessoas se desenvolvam livres”, afirma Conchão.

Entenda que o estuprador pode ser alguém conhecido

A falsa ideia de que o abusador é um monstro e que o estupro só acontece na rua é um erro, que facilita os abusos. Muitas vezes, a violência acontece dentro de casa.

Apoie as mulheres

Sempre que possível, acolha as mulheres. Dê oportunidades de trabalho com salários equiparados aos dos homens, por exemplo. Nunca minimize a dor do outro e seja sempre solidário com a vítima.

Busque informações sempre

Leia sobre a masculinidade tóxica e reflita sobre os papéis determinados pela sociedade de acordo com o gênero. A informação é a melhor maneira de combater a violência, o preconceito e os estereótipos.

“Por fim, independentemente da classe social ou econômica, as violências contra as mulheres nos mais distintos lugares (casa, escola, trabalho e rua) não podem ser banalizadas e precisam ser combatidas com políticas públicas eficientes e educação igualitária para homens e mulheres”, reforça Panke.

Diga não à violência!

Se você foi vítima de violência física ou sexual, denuncie! Ligue 180 para falar com a Central de Atendimento à Mulher para saber sobre os seus direitos e quais são os locais de atendimento mais próximos, como a delegacia da mulher.

descriptionMachismo e cultura do estupro: como reverter a situação? EmptyRe: Machismo e cultura do estupro: como reverter a situação?

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Excelente tópico.
Eu acho que o tópico "eduque as crianças" é onde eu mais tenho me empenhado. Sendo pai de dois meninos, é minha tarefa dar exemplo e discernimento para que eles respeitem e apoiem as mulheres. O mundo masculino tem muita misoginia e se fizermos um trabalho com as crianças desde de pequenas, a possibilidade de construirmos homens mais respeitosos é bem maior.

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Ola .Hj devemos vigiar nosso filhos eu tenho um casal vigio muito . Pq quando criança eu sofri abuso e depois maiorzin . Um amigo do meu tio eu fui de carona eu e esse velho safado pegou minhas partes íntimas fiquei sem reação imagina uma criança primeira vez com adulto na época fica tremendo . E só um desabafo achei interessante o tema . Não deixo meus filhos com ninguém nenhum adulto sem ser da família . Talvez algumas de vcs tenha uma história parecida . Mais desde criança sou feminina vestia roupas da minha mãe escondida sofria bullying na escola tinha apelidos femininos leite moça Micheli granpola a rapariga da novela indomada . Não entendia sabe hj entendo tudo isso . Espero que alguém tenha ou indentifique com essa história da minha vida . Hj sou Cross as escondidas tenho minhas roupas vestidos e outras coisinhas 💃🏻

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[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] eu sinto muito pelo que passou, não dá pra imaginar o terror de algo assim. 

Por isso é importante combater esse machismo estrutural para transformar a sociedade de fato.

descriptionMachismo e cultura do estupro: como reverter a situação? EmptyRe: Machismo e cultura do estupro: como reverter a situação?

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SarahHelen escreveu:
Excelente tópico.
Eu acho que o tópico "eduque as crianças" é onde eu mais tenho me empenhado. Sendo pai de dois meninos, é minha tarefa dar exemplo e discernimento para que eles respeitem e apoiem as mulheres. O mundo masculino tem muita misoginia e se fizermos um trabalho com as crianças desde de pequenas, a possibilidade de construirmos homens mais respeitosos é bem maior.


Concordo. Tenho um menino e uma menina a caminho. Terei que olhar os dois lados. Educar meu filho para o respeito a tudo e todos, indistintamente e educar minha filha para nunca aceitar nenhum abuso de homem, independente da idade.

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