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descriptiona lerA linha tênue entre o crossdresser e o transgênero

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Traduzido de Michelle Diane Rose

Esse artigo surgiu de uma pergunta do Quora – desta vez parece ser de alguém sincero, até sinceramente curioso. Eu respeito a verdadeira curiosidade. Têm tão pouco disso ultimamente!

Vamos discutir essas nuances, tudo bem?

Hmm, talvez possamos questionar se a condição de transgênero encoraja o crossdressing como um meio de “testar as águas” da transição.

Esse foi justamente o caso para mim. Eu me montava muito raramente quando era adolescente e não tentei novamente até a idade adulta – e mesmo assim, foi muito raramente, a menos que você conte as muitas vezes que subi no palco em uma banda de rock usando maquiagem, salto plataforma, e muitas roupas de cetim e veludo.

Nesse ínterim, antes de tudo isso, eu estava profundamente envolvido com teatro e artes performáticas. Cheguei à idade adulta em meados dos anos 70 e comecei a usar essas técnicas como uma forma de entretenimento – e ninguém se importava se o excêntrico baixista de longos cabelos loiros usava delineador, brincos e vestia tanto cetim preto e renda quanto a Steve Nicks.

Orycon nº 30 (Convenção anual de ficção científica/fantasia de Portland no Oregon), 2008, logo depois que eu saí do armário. Eu fui a muitas convenções de ficção científica naquela época. Foi uma maneira maravilhosa de me misturar com todas as outras pessoas extravagantemente estranhas – e decididamente cisgênero, heteronormativas – que passam grande parte do tempo fantasiando sobre mundos estranhos e personagens notáveis, inclusive super-humanos. O quociente de colírio para os olhos no sábado à noite, especialmente durante o concurso de fantasias, é impressionante.
Isso é se travestir em sua definição clássica? Provavelmente não, já que as primeiras definições de crossdressers e travestis incluíam a sexualidade como base da experiência. Eu não sentia essa parte sexual. Foi apenas uma expressão de quem eu era na época. Deve-se notar, no entanto, que muitos crossdressers hoje também se montam apenas como expressão pessoal de sua identidade interior. Eles simplesmente não estão interessados em tornar esse eu interior permanentemente público.

Uma das minhas últimas bandas de sucesso, Puppetshow – com alguns amigos sentados na platéia.
A vida de um roqueiro itinerante é uma aventura principalmente para jovens. À medida que envelheci, acabei me aposentando da estrada depois quase 15 anos de apresentações ao vivo. Por três vezes me aposentei. Para mim, essa experiencia se tratava principalmente da criatividade da música, não dos aspectos femininos do meu travestismo.

Continuei sendo convidado para essas extravagâncias ao ar livre organizadas pelo meu afilhado. (O cara careca e barbudo com óculos de sol na extrema direita.) Eu estava procurando um visual grunge/riot chic e não ficou tão gótico quanto eu planejava, principalmente porque estava muito quente nesse dia para cetim preto e veludo! Nós nos chamávamos de “The Go Betweens” porque “Butthole Surfers” já estava sendo usado.
Depois do meu divórcio e do fracasso dos meus investimentos na última banda em que estive em turnê (nos teclados e guitarra desta vez), fiquei com essa coisa dentro de mim que nunca havia sido realmente examinada. Nunca me montei publicamente quando casado, embora minha esposa soubesse do meu pequeno “hobby” desde o início. Ela me fez prometer nunca humilhar ela e sua família aparecendo em um evento familiar en femme. Eu concordei porque me importava profundamente com ela e com a família dela – até que fui confrontado com algumas coisas realmente sombrias sobre eles que ela escondeu de mim por mais de 18 anos.

De mais maneiras do que posso contar, percebi que estava vivendo uma mentira, uma identidade falsa. Mas eu não tinha certeza absoluta, então procurei outro conselheiro e confirmei.

Alguns amigos e colegas queridos em 2008, pouco depois de me assumir publicamente.
Levei três longos anos de exame de consciência com aquela mulher antes de chegarmos a um consenso. Eu sou mulher e sempre fui. Meu perfil genético, feito quando minha esposa e eu não conseguimos conceber um filho, parecia confirmar o diagnóstico psicológico. Ao coletar dados para os aspectos legais de minha transição, descobri muitas coisas estranhas em meu histórico médico mais antigo, que também havia sido ocultado de mim por meu pai e, em certa medida, por minha irmã mais nova, que foi nomeada executora do patrimônio dele quando ele faleceu. (Nossa irmã do meio também é trans – mas ela quase não sobreviveu à transição. Não vou falar sobre ela. Ela já sofreu o suficiente, obrigado.)

Eu e minha irmã mais nova no Natal de 2009, na casa dela em Maryland.
Os dados NÃO somavam “cisgênero, homem branco e heteronormativo”, mas sim “mulher transgênero, lésbica, de ascendência judaica”. (Terei mais confirmação desse último elemento quando os resultados do meu teste de DNA voltarem em algumas semanas.)

Eu “me tornei” transgênero? Não, na verdade eu era e ainda sou uma mulher transgênero. Tenho estado desde que era um gameta em divisão no ventre de minha mãe. Durante toda a minha vida, fui transgênero. Não sinto vergonha nem orgulho por isso. É o que é e eu sou quem eu sou. Eu convivi com essa condição toda a minha vida. Eu simplesmente encontrei maneiras de tornar partes dela aceitáveis para a maioria das outras pessoas.

Quando eu não tinha mais nenhuma responsabilidade ou prestação de contas a ninguém além de mim mesmo, decidi descobrir de uma vez por todas quem eu realmente sou e se havia algo que eu pudesse fazer para aliviar a dor da minha existência.

Parada do Orgulho LGBT, 2009. Não foi a primeira vez que marchei, mas certamente foi a primeira vez que não fui para casa ME desmontar e me vestir como ELE. Na verdade, fiquei por lá até muito depois do anoitecer, curtindo o arco-íris e o colírio para os olhos. Então fui para casa, dormi e acordei ainda como Michelle Diane Rose, legalmente, emocionalmente, socialmente feminina. É uma sensação agradável.
De fato, havia algo que eu poderia fazer e fiz: fiz a transição. Meu único arrependimento é não ter feito isso muito antes, antes de tentar sublimá-lo em arte performática, antes de passar 17 anos em um casamento sem amor com uma mulher que havia escondido suas próprias feridas psicológicas desde o início de nosso relacionamento.

Eu só queria ter feito isso antes – porque fiz mais, aprendi mais, criei mais do que jamais criei como homem. Eu tenho sido bem sucedida fazendo isso. Nunca tive muito sucesso em nada quando fingia ser homem, provavelmente porque nunca acreditei em nada disso.

Meu “estilo” melhorou lentamente nos primeiros anos de transição. Eu estava chegando muito mais próximo do meu eu interior, a pessoa que eu realmente era e não a imitação barata que eu tentava ser como homem.
E eu encontrei o amor. Eu gostaria de pensar que teria conhecido minha amada mesmo se tivesse feito a transição muito antes. Ela nunca me conheceu como homem, mas foi apenas no meu segundo ano do processo de transição que nos conhecemos e eu a coloquei no inferno mais do que algumas vezes. Apesar de tudo isso, ela ainda me ama e se importa muito comigo. É preciso uma mulher cisgênero muito corajosa para amar uma mulher transgênero, especialmente se ela não tiver muito interesse no encanamento original.

Minha amada no Lambda Literary Awards 2011 em Nova York. Fomos indicadas por seu livro de memórias, “The Color of Sunlight”, na categoria Transgênero Não Ficcional, mas, infelizmente, tive que pedir ao nosso editor ad hoc e crítico, CiCi Eberle, para acompanhá-la porque eu estava numa cama de hospital, me recuperando de uma cirurgia de coração aberto. Não foi uma sensação agradável.

Parada do Orgulho LGBT 2010 em Portland. Na época, ela morava em Montana e me visitava constantemente. Sim, ela marchou conosco. Como aliadas, ela é uma das melhores. Ela lutou ferozmente por nossos direitos, falou em nosso nome inúmeras vezes e não cedeu nem um centímetro, nem mesmo para sua família – que compreensivelmente está bastante perplexa com o fato de sua filha brilhante, uma enfermeira de campo e mãe fabulosamente bem-sucedida, ter decidido investir quinze anos de amor e devoção na comunidade trans, particularmente com uma estranha mulher trans que tem o hábito infeliz de deixar todo mundo desconfortável – exceto ela.

A primeira Parada do Orgulho LGBT em Montana, 2009 em Kalispell, onde ocorreram todos os eventos narrados em “The Color of Sunlight”. As duas mulheres que a acompanham são trans, claro. Eu acho que ela conheceu cerca de duzentas mulheres trans em todo o país – e ficou encantada com cada uma delas.
Pense na minha narrativa como a história de uma mulher trans que, com muita cautela e muito medo, mergulhou os pés nas águas do “oceano do gênero” muitas vezes antes de finalmente ter coragem suficiente para nadar nas correntes rápidas da condição transgênero. É um grande oceano, cheio de tubarões e outros predadores, e é preciso ser rápido e inteligente para evitar se tornar apenas mais uma estatística sombria.

"Recifes de coral e o ecossistema de tirar o fôlego que eles abrigam
O mar salgado e as ondas espumadas
Fluidez de gênero nas profundezas das marés mutáveis
Os animais marinhos que vivem no grande azul
Criaturas encontradas nas profundezas mais profundas."
Uma analogia, ou talvez uma metáfora. Uma alegoria mesmo – se alguém estiver disposto a esticar um pouco as semelhanças.
Sem rodeios, eu estudei, pesquisei, conversei com especialistas e experimentei cuidadosamente antes de engolir a primeira pequena pílula azul esverdeada. (Estou tomando injetáveis hoje em dia. Mais conveniente e muito mais fácil para meu pobre fígado abusado.) Aprendi o máximo que pude sobre isso, passei por todas as etapas legais e médicas necessárias para a transição e deixei um rastro de papel a uma milha largura e 67 anos de comprimento que um poodle francês com dano cerebral (existe algum outro tipo?) poderia seguir.

Como uma tira de Möbius, o gênero parece um emaranhado, pelo menos para aqueles de nós condicionados a vê-lo apenas como duas coisas distintas. É muito mais complicado do que parece e pode até estar muito interligado com todas as expressões de gênero possíveis (oito até agora) para ser entendido como separado. O que, conhecendo tão pouco quanto eu sobre biologia evolutiva e genética (por favor, consulte a Julia Serano no Medium para uma análise mais especializada) pode ser intencional, na medida em que se pode dizer que a Natureza tem intenções.
Já fui glam-rocker, fui crossdresser, fui drag queen e sempre, sempre, sempre fui uma mulher trans.

É o que é e eu sou quem eu sou.


Do Blog O Homem Feminino, veja o post original e com fotos aqui!

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Falamos sobre isso no último encontro online.
Crossdressing muitas vezes é uma ponte porque a pessoa é Cross por falta de condição/coragem/conhecimento pra se assumir trans.
Eu acredito que crossdresser é uma pessoa transgênero, mas não necessariamente uma mulher trans. Não é porque somos trans, que precisamos ser mulher 100%, mas sabemos que estamos muito longe de sermos homens 100% também.

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SarahHelen escreveu:
Falamos sobre isso no último encontro online.
Crossdressing muitas vezes é uma ponte porque a pessoa é Cross por falta de condição/coragem/conhecimento pra se assumir trans.
Eu acredito que crossdresser é uma pessoa transgênero, mas não necessariamente uma mulher trans. Não é porque somos trans, que precisamos ser mulher 100%, mas sabemos que estamos muito longe de sermos homens 100% também.


Acredito no mesmo. Não sei se teria a mesma graça, o mesmo fascínio, ser mulher todo o tempo. Acho q o q nos atrai é essa dualidade.
Claro, existem aquelas q querem (precisam) viver como mulher o tempo todo. Mas, pessoalmente, acho q tem muita ideologia envolvida, outros interesses, propaganda, enfim.
Na minha opinião, a maior parte é como a gente, q tem muito interesse nos dois gêneros e não quer ficar fixo em um.

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bete_darkangel escreveu:
Acredito no mesmo. Não sei se teria a mesma graça, o mesmo fascínio, ser mulher todo o tempo. Acho q o q nos atrai é essa dualidade.
Claro, existem aquelas q querem (precisam) viver como mulher o tempo todo. Mas, pessoalmente, acho q tem muita ideologia envolvida, outros interesses, propaganda, enfim.
Na minha opinião, a maior parte é como a gente, q tem muito interesse nos dois gêneros e não quer ficar fixo em um.


Concordo com quase tudo. 😍

Meu único ponto é que acredito que existem todos os espectros de transgeneridade. 

Existem desde as pessoas que só querem ter um visual andrógino, até aquelas que são totalmente associadas ao gênero oposto.

Não acredito que ideologia ou normas podem impedir isso. Você finge pra sociedade, mas na intimidade não tem papinho furado que mude sua essência.

Pensem comigo: se influência mudasse identidade, todas nós seríamos homens héteros cis padrão, porque isso é o que foi ensinado a 100% de nós.

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Obrigada [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link] por sempre compartilhar esses artigos!

Me identifiquei muito com ele s2

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SarahHelen escreveu:
bete_darkangel escreveu:
Acredito no mesmo. Não sei se teria a mesma graça, o mesmo fascínio, ser mulher todo o tempo. Acho q o q nos atrai é essa dualidade.
Claro, existem aquelas q querem (precisam) viver como mulher o tempo todo. Mas, pessoalmente, acho q tem muita ideologia envolvida, outros interesses, propaganda, enfim.
Na minha opinião, a maior parte é como a gente, q tem muito interesse nos dois gêneros e não quer ficar fixo em um.


Concordo com quase tudo. 😍

Meu único ponto é que acredito que existem todos os espectros de transgeneridade. 

Existem desde as pessoas que só querem ter um visual andrógino, até aquelas que são totalmente associadas ao gênero oposto.

Não acredito que ideologia ou normas podem impedir isso. Você finge pra sociedade, mas na intimidade não tem papinho furado que mude sua essência.

Pensem comigo: se influência mudasse identidade, todas nós seríamos homens héteros cis padrão, porque isso é o que foi ensinado a 100% de nós.


Concordo com vc. Só ACHO q muita gente q está se descobrindo mulher ou homem trans, PODE na verdade ser apenas CD, mas q se sente pressionado a escolher um lado, entende? Claro, existem aqueles(as) q realmente não se adequam e se descobrem outra coisa.
Minha percepção é baseada nessa praga de polarização q vivemos em todos os aspectos. "ah, se vc é isso, então vc não pode ser aquilo..." quando no mundo real o mais natural é encontrar gente q seja um pouco disso e tb um pouco daquilo, porém todo mundo está sendo empurrado a escolher lados...
Acho q muitas(os) nem chegam a cogitar algo como o CD. Mas é apenas feeling mesmo, nada com base em pesquisa. De qq forma, é bom q as pessoas tenham liberdade para transitar para onde quiserem!

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Realmente,essa linha é muito tênue...
No meu caso,eu já cheguei a conclusão de que não sou "apenas" CD...Pois o que sinto,vai muito além de vontade ou bem estar de estar usando calcinha ou vestido.
O que estou em busca qdo me monto,é me encontrar com um sentimento feminino que habita meu interior mais profundo.
Tb não sei se me enquadro na definição clássica de transexual.Uma completa transformação,que me fizesse exteriormente totalmente feminina,não é exatamente o que busco...Fazer a cirurgia que transformasse meu penis numa neo-vagina não é exatamente o que desejo.
O que sempre quis,era ter o poder,de conseguir me passar por uma mulher no dia a dia.Que eu conseguisse me montar e ser totalmente passável.Que eu pudesse conseguir uma imagem,que pudesse fazer crer as pessoas que me vêem,estarem diante de uma mulher.Que os homens e as mulheres que me vissem acreditassem realmente estar vendo uma mulher,me percebecem e me tratassem como tal.E é claro,melhor ainda,se isso pudesse ser 24 horas por dia,7 dias por semana,sem precisar voltar a uma identidade masculina...seria maravilhoso...Que eu pudesse estar na rua,na fila do banco,no ponto de ônibus,no cinema,no restaurante,no supermercado,agindo e me comportando como mulher,e conseguindo fazer crer as pessoas,que realmente sou uma...Isso pra mim,seria mais que um sonho...seria a minha felicidade,não tenho dúvidas disso...

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Bete Darkangel escreveu:
SarahHelen escreveu:
Falamos sobre isso no último encontro online.
Crossdressing muitas vezes é uma ponte porque a pessoa é Cross por falta de condição/coragem/conhecimento pra se assumir trans.
Eu acredito que crossdresser é uma pessoa transgênero, mas não necessariamente uma mulher trans. Não é porque somos trans, que precisamos ser mulher 100%, mas sabemos que estamos muito longe de sermos homens 100% também.


Acredito no mesmo. Não sei se teria a mesma graça, o mesmo fascínio, ser mulher todo o tempo. Acho q o q nos atrai é essa dualidade.
Claro, existem aquelas q querem (precisam) viver como mulher o tempo todo. Mas, pessoalmente, acho q tem muita ideologia envolvida, outros interesses, propaganda, enfim.
Na minha opinião, a maior parte é como a gente, q tem muito interesse nos dois gêneros e não quer ficar fixo em um.

Bete o que eu penso e acho que acontece e que um determinado momento ( depende da pessoa) ela quer evoluir.
Ex: Se uma pessoa, uma cross ja gosta do mundo feminino, mas ela curte apenas esse momento cross. Ela nem se imagina por exemplo tendo uma relação BI ou ser tornar *trans. 
Eu penso que em determinado momento da vida acho que ele/ela se cansa  de ter que alternar os dois lados. Imagina horas de produção e depois ter que desfazer de tudo. Toda produzida tem que tirar a roupa para ir ao mercado, numa consulta, ir no shopping, ir na cidade ou ate mesmo trabalhar. acho que posst isso algumas assumem de vez um lado e fica tudo mais fluido. Ainda que não precise dar satisfação a ninguem, não vão mais precisar esconder mais nada de todos. Eu fico ainda no meio do muro mas se fosse mais nova **Eu escolheria um lado e no meu caso teria feito a transição

A varias que fizeram a transição e ainda são heteros do ponto de vista delas e so se relacionam apenas com mulheres.

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Tópico maravilhoso, que faz refletir sobre nossos anseios como Crossdresser... uau, é tanto sentimento q acho difícil escrever sobre... Sei q o texto propõe reflexão sobre "um meio de “testar as águas” da transição" mas eu acho que a experiência é muito pessoal, cada uma tem seus desejos, medos e momentos, cada um tem as águas que anseia testar sem chegar necessariamente à transição, que pode ser um sonho pra muitas e abominação para outras... eu, por exemplo, adoro o mundo feminino em todo o seu esplendor, amo sentir a lingerie na minha pele e saber que por baixo das meias minhas unhas estão pintadas me deixando mais feminina, adoro as curvas femininas e gostaria de ter um corpo mais feminino, coxas, seios, enfim, porém, nunca faria uma cirurgia pra mudar meu órgão sexual, portanto nunca teria feito uma transição por completo.

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Eu fantasio bastante, tem horas em que bate uma vontade de transicionar, só que mantendo o pênis, que adoro ter, mas ter pernas e bumbum com contornos femininos e seios, pele lisinha, seria glorioso. Eu iria me sentir muito poderosa!
E sempre amei sexo com mulheres, mas tenho uma bicuriosidade, que foi aumentando depois que me assumi como crossdresser. Antes, tinha umas fantasias em ser uma travesti e me imaginava transando com homens e mulheres indistintamente, sobretudo em orgias.
Só que a minha fantasia, além da masculina, que seria um gangbang com cinco mulheres ou até mais, quantas eu desse conta, surgiu a fantasia de fazer ménage com uma mulher cis e outra trans. Como sempre adorei chupar vaginas, fico imaginando e fantasiando como seria ter um pênis de moça travesti na boca ou até ser penetrada. Já comentei aqui, que sou bem fogosa.

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No meu caso, sou bem fluída... Tem dias que quero ser bem feminina, com roupas e maquiagens... E tem dias q curto sinceramente ter nascido homem... E tem dias que penso: "Como teria sido se eu tivesse transicionado?" (Sim... já pensei diversas vezes)... Então eu não consigo me enquadrar numa "categoria". Vai depender do meu emocional, do meu psicológico daquele momento... Então cabe a mim administrar e saber conviver com esses dois lados que eu tenho (Dois lados complementares entre si... e não antagônicos). Gosto de me imaginar como se eu fosse água, que pode estar no estado líquido, gasoso ou sólido (mas essencialmente é H2O!!!!). Então seja vestido de mulher... ou de homem (ou meio termo rs) na essência ainda sou EU.

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Excelente discussão aqui, sempre bom ver os pontos de vista e aprender ainda mais sobre nós mesmas.

Vou dar minha contribuição: eu vejo muito a minha situação como Clark Kent e Superman: dois lados da mesma pessoa, mas com certeza um bem mais bonito que o outro.

Posso passear entre as duas personas numa boa, já houve um tempo que questionei se seria trans, mas depois de muito autoconhecimento, conversar com a esposa e terapia tenho certeza que estou mais para gênero fluido do que outra coisa. Pois me sinto bem, muito feliz, com meus dois lados.

E acho que no fim isso é o mais importante: escolher o que te faz bem, depois você arruma tempo para salvar o mundo! Não adianta estar em cacos.

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celine escreveu:
Traduzido de Michelle Diane Rose

Esse artigo surgiu de uma pergunta do Quora – desta vez parece ser de alguém sincero, até sinceramente curioso. Eu respeito a verdadeira curiosidade. Têm tão pouco disso ultimamente!

Vamos discutir essas nuances, tudo bem?

Hmm, talvez possamos questionar se a condição de transgênero encoraja o crossdressing como um meio de “testar as águas” da transição.

Esse foi justamente o caso para mim. Eu me montava muito raramente quando era adolescente e não tentei novamente até a idade adulta – e mesmo assim, foi muito raramente, a menos que você conte as muitas vezes que subi no palco em uma banda de rock usando maquiagem, salto plataforma, e muitas roupas de cetim e veludo.

Nesse ínterim, antes de tudo isso, eu estava profundamente envolvido com teatro e artes performáticas. Cheguei à idade adulta em meados dos anos 70 e comecei a usar essas técnicas como uma forma de entretenimento – e ninguém se importava se o excêntrico baixista de longos cabelos loiros usava delineador, brincos e vestia tanto cetim preto e renda quanto a Steve Nicks.

Orycon nº 30 (Convenção anual de ficção científica/fantasia de Portland no Oregon), 2008, logo depois que eu saí do armário. Eu fui a muitas convenções de ficção científica naquela época. Foi uma maneira maravilhosa de me misturar com todas as outras pessoas extravagantemente estranhas – e decididamente cisgênero, heteronormativas – que passam grande parte do tempo fantasiando sobre mundos estranhos e personagens notáveis, inclusive super-humanos. O quociente de colírio para os olhos no sábado à noite, especialmente durante o concurso de fantasias, é impressionante.
Isso é se travestir em sua definição clássica? Provavelmente não, já que as primeiras definições de crossdressers e travestis incluíam a sexualidade como base da experiência. Eu não sentia essa parte sexual. Foi apenas uma expressão de quem eu era na época. Deve-se notar, no entanto, que muitos crossdressers hoje também se montam apenas como expressão pessoal de sua identidade interior. Eles simplesmente não estão interessados em tornar esse eu interior permanentemente público.

Uma das minhas últimas bandas de sucesso, Puppetshow – com alguns amigos sentados na platéia.
A vida de um roqueiro itinerante é uma aventura principalmente para jovens. À medida que envelheci, acabei me aposentando da estrada depois quase 15 anos de apresentações ao vivo. Por três vezes me aposentei. Para mim, essa experiencia se tratava principalmente da criatividade da música, não dos aspectos femininos do meu travestismo.

Continuei sendo convidado para essas extravagâncias ao ar livre organizadas pelo meu afilhado. (O cara careca e barbudo com óculos de sol na extrema direita.) Eu estava procurando um visual grunge/riot chic e não ficou tão gótico quanto eu planejava, principalmente porque estava muito quente nesse dia para cetim preto e veludo! Nós nos chamávamos de “The Go Betweens” porque “Butthole Surfers” já estava sendo usado.
Depois do meu divórcio e do fracasso dos meus investimentos na última banda em que estive em turnê (nos teclados e guitarra desta vez), fiquei com essa coisa dentro de mim que nunca havia sido realmente examinada. Nunca me montei publicamente quando casado, embora minha esposa soubesse do meu pequeno “hobby” desde o início. Ela me fez prometer nunca humilhar ela e sua família aparecendo em um evento familiar en femme. Eu concordei porque me importava profundamente com ela e com a família dela – até que fui confrontado com algumas coisas realmente sombrias sobre eles que ela escondeu de mim por mais de 18 anos.

De mais maneiras do que posso contar, percebi que estava vivendo uma mentira, uma identidade falsa. Mas eu não tinha certeza absoluta, então procurei outro conselheiro e confirmei.

Alguns amigos e colegas queridos em 2008, pouco depois de me assumir publicamente.
Levei três longos anos de exame de consciência com aquela mulher antes de chegarmos a um consenso. Eu sou mulher e sempre fui. Meu perfil genético, feito quando minha esposa e eu não conseguimos conceber um filho, parecia confirmar o diagnóstico psicológico. Ao coletar dados para os aspectos legais de minha transição, descobri muitas coisas estranhas em meu histórico médico mais antigo, que também havia sido ocultado de mim por meu pai e, em certa medida, por minha irmã mais nova, que foi nomeada executora do patrimônio dele quando ele faleceu. (Nossa irmã do meio também é trans – mas ela quase não sobreviveu à transição. Não vou falar sobre ela. Ela já sofreu o suficiente, obrigado.)

Eu e minha irmã mais nova no Natal de 2009, na casa dela em Maryland.
Os dados NÃO somavam “cisgênero, homem branco e heteronormativo”, mas sim “mulher transgênero, lésbica, de ascendência judaica”. (Terei mais confirmação desse último elemento quando os resultados do meu teste de DNA voltarem em algumas semanas.)

Eu “me tornei” transgênero? Não, na verdade eu era e ainda sou uma mulher transgênero. Tenho estado desde que era um gameta em divisão no ventre de minha mãe. Durante toda a minha vida, fui transgênero. Não sinto vergonha nem orgulho por isso. É o que é e eu sou quem eu sou. Eu convivi com essa condição toda a minha vida. Eu simplesmente encontrei maneiras de tornar partes dela aceitáveis para a maioria das outras pessoas.

Quando eu não tinha mais nenhuma responsabilidade ou prestação de contas a ninguém além de mim mesmo, decidi descobrir de uma vez por todas quem eu realmente sou e se havia algo que eu pudesse fazer para aliviar a dor da minha existência.

Parada do Orgulho LGBT, 2009. Não foi a primeira vez que marchei, mas certamente foi a primeira vez que não fui para casa ME desmontar e me vestir como ELE. Na verdade, fiquei por lá até muito depois do anoitecer, curtindo o arco-íris e o colírio para os olhos. Então fui para casa, dormi e acordei ainda como Michelle Diane Rose, legalmente, emocionalmente, socialmente feminina. É uma sensação agradável.
De fato, havia algo que eu poderia fazer e fiz: fiz a transição. Meu único arrependimento é não ter feito isso muito antes, antes de tentar sublimá-lo em arte performática, antes de passar 17 anos em um casamento sem amor com uma mulher que havia escondido suas próprias feridas psicológicas desde o início de nosso relacionamento.

Eu só queria ter feito isso antes – porque fiz mais, aprendi mais, criei mais do que jamais criei como homem. Eu tenho sido bem sucedida fazendo isso. Nunca tive muito sucesso em nada quando fingia ser homem, provavelmente porque nunca acreditei em nada disso.

Meu “estilo” melhorou lentamente nos primeiros anos de transição. Eu estava chegando muito mais próximo do meu eu interior, a pessoa que eu realmente era e não a imitação barata que eu tentava ser como homem.
E eu encontrei o amor. Eu gostaria de pensar que teria conhecido minha amada mesmo se tivesse feito a transição muito antes. Ela nunca me conheceu como homem, mas foi apenas no meu segundo ano do processo de transição que nos conhecemos e eu a coloquei no inferno mais do que algumas vezes. Apesar de tudo isso, ela ainda me ama e se importa muito comigo. É preciso uma mulher cisgênero muito corajosa para amar uma mulher transgênero, especialmente se ela não tiver muito interesse no encanamento original.

Minha amada no Lambda Literary Awards 2011 em Nova York. Fomos indicadas por seu livro de memórias, “The Color of Sunlight”, na categoria Transgênero Não Ficcional, mas, infelizmente, tive que pedir ao nosso editor ad hoc e crítico, CiCi Eberle, para acompanhá-la porque eu estava numa cama de hospital, me recuperando de uma cirurgia de coração aberto. Não foi uma sensação agradável.

Parada do Orgulho LGBT 2010 em Portland. Na época, ela morava em Montana e me visitava constantemente. Sim, ela marchou conosco. Como aliadas, ela é uma das melhores. Ela lutou ferozmente por nossos direitos, falou em nosso nome inúmeras vezes e não cedeu nem um centímetro, nem mesmo para sua família – que compreensivelmente está bastante perplexa com o fato de sua filha brilhante, uma enfermeira de campo e mãe fabulosamente bem-sucedida, ter decidido investir quinze anos de amor e devoção na comunidade trans, particularmente com uma estranha mulher trans que tem o hábito infeliz de deixar todo mundo desconfortável – exceto ela.

A primeira Parada do Orgulho LGBT em Montana, 2009 em Kalispell, onde ocorreram todos os eventos narrados em “The Color of Sunlight”. As duas mulheres que a acompanham são trans, claro. Eu acho que ela conheceu cerca de duzentas mulheres trans em todo o país – e ficou encantada com cada uma delas.
Pense na minha narrativa como a história de uma mulher trans que, com muita cautela e muito medo, mergulhou os pés nas águas do “oceano do gênero” muitas vezes antes de finalmente ter coragem suficiente para nadar nas correntes rápidas da condição transgênero. É um grande oceano, cheio de tubarões e outros predadores, e é preciso ser rápido e inteligente para evitar se tornar apenas mais uma estatística sombria.

"Recifes de coral e o ecossistema de tirar o fôlego que eles abrigam
O mar salgado e as ondas espumadas
Fluidez de gênero nas profundezas das marés mutáveis
Os animais marinhos que vivem no grande azul
Criaturas encontradas nas profundezas mais profundas."
Uma analogia, ou talvez uma metáfora. Uma alegoria mesmo – se alguém estiver disposto a esticar um pouco as semelhanças.
Sem rodeios, eu estudei, pesquisei, conversei com especialistas e experimentei cuidadosamente antes de engolir a primeira pequena pílula azul esverdeada. (Estou tomando injetáveis hoje em dia. Mais conveniente e muito mais fácil para meu pobre fígado abusado.) Aprendi o máximo que pude sobre isso, passei por todas as etapas legais e médicas necessárias para a transição e deixei um rastro de papel a uma milha largura e 67 anos de comprimento que um poodle francês com dano cerebral (existe algum outro tipo?) poderia seguir.

Como uma tira de Möbius, o gênero parece um emaranhado, pelo menos para aqueles de nós condicionados a vê-lo apenas como duas coisas distintas. É muito mais complicado do que parece e pode até estar muito interligado com todas as expressões de gênero possíveis (oito até agora) para ser entendido como separado. O que, conhecendo tão pouco quanto eu sobre biologia evolutiva e genética (por favor, consulte a Julia Serano no Medium para uma análise mais especializada) pode ser intencional, na medida em que se pode dizer que a Natureza tem intenções.
Já fui glam-rocker, fui crossdresser, fui drag queen e sempre, sempre, sempre fui uma mulher trans.

É o que é e eu sou quem eu sou.



Me identifiquei com o texto.
Acho que o crossdressing pode ser sim um passo para a descoberta transgênera.
Eu comecei no crossdressing mais ou menos nos meus 17 anos, mas como contei na minha apresentação foi bemmmm antes, com uns 5 ou 6 anos....
Mas foram só alguns momentos onde um menino coloca uma roupa feminina.
Acontece que nunca me senti muito homem, em comportamento, filosofia.
Sempre tive mais identidade com amizade com meninas, sempre curti coisas femininas.
Acredito que como a Sociedade nos impõe regras, sempre foi difícil pra mim identificar uma possível "transgênia" (desculpem se inventei alguma palavra, não achei termo melhor), ou seja, talvez eu seja até mesmo transgênero.
Agora, depois de mais velho, com a descoberta e minha melhor aceitação no Crossdressing (antes quando eu colocava uma roupa feminina eu achava que poderia estar com um problema mental, ficava preocupada se alguém me visse com aquela roupa, o que iriam falar de mim).
Hoje já sou mais desencucada, já foi mais do que explicado que o crossdressing não é uma doença, e a questão transgênero também é muit recente.
Só sei que hoje, apesar de não me montar toda pra sair: vestido, maquiagem, salto alto... mas quando dou meu jeito pra pelo menos colocar uma saia, calcinha, camiseta, olhos pintados, quando chego em casa não quero tirar aquela roupa, é uma satisfação tão grande estar assim, que não quero.
Eu me sinto muito feliz e bem quando estou feminina.
Às vezes até pinto os olhos, passo gloss e fico só de calcinha e camiseta pra ficar assim em casa. rs rs rs.
Algumas vezes eu acho que sim posso ser um transgênero. Bom, nada como o acompanhamento profissional como já estou fazendo pra responder melhor tudo isso.

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Roberta Monique escreveu:
Eu fantasio bastante, tem horas em que bate uma vontade de transicionar, só que mantendo o pênis, que adoro ter, mas ter pernas e bumbum com contornos femininos e seios, pele lisinha, seria glorioso. Eu iria me sentir muito poderosa!
E sempre amei sexo com mulheres, mas tenho uma bicuriosidade, que foi aumentando depois que me assumi como crossdresser. Antes, tinha umas fantasias em ser uma travesti e me imaginava transando com homens e mulheres indistintamente, sobretudo em orgias.
Só que a minha fantasia, além da masculina, que seria um gangbang com cinco mulheres ou até mais, quantas eu desse conta, surgiu a fantasia de fazer ménage com uma mulher cis e outra trans. Como sempre adorei chupar vaginas, fico imaginando e fantasiando como seria ter um pênis de moça travesti na boca ou até ser penetrada. Já comentei aqui, que sou bem fogosa.

Também penso às vezes em transicionar, mas também sem tirar o pênis.
Quanto a sexo com homens já tive relação sexual com homens e travestis (sou bissexual com certeza), mas hoje não tenho mais. Sou casado com uma mulher, mas como dizem e acredito, assim como não existe ex-gay, acho que também não existe ex-bi, né? Smile
Já pensei se eu seria mais fluido, mas não me vejo mais, por exemplo, usando roupas masculinas.
Adaptei meu guarda-roupa pra pelo menos quando tiver no modo "homem", não usar por exemplo blusa apolo, que acho muito masculina.
Então, uso mais t-shirts com estampas, tenho dado preferências a t-shirts com gola canoa (adoro as com corte a laser), que são mais abertas ou gola V, em que posso colocar um colar de pérolas que tenho, ou outros que são mais femininos (tento usar no modo homem alguns acessórios femininos, pra sentir que sou eu mesma) e não abro mão mais de unhas esmaltadas e dos meus cabelos longos.
E também meu problema de transicionar é pelo fato de ser casada (com uma mulher).
Ela aceita meu jeito de me vestir, aceita eu sair de saia com ela, usar calcinha, esmaltar unhas, mas não gosta quando saio com ela muito maquiada, pois ela fala que engano bem (não à toa, posso até estar de calça e sem pintura nos olhos, muitas vezes me confundem com mulher e até muitas vezes acham que estou entrando no banheiro errado. rs rs rs).
Então, transicionar pra mim seria uma mudança muito radical de vida, significaria também aceitar que meu casamento acaba aí (ela mesmo já jogou meio que esse assunto, caso eu resolva mudar de vez). Uma escolha difícil.

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jessyc.dress escreveu:
Também penso às vezes em transicionar, mas também sem tirar o pênis.
Quanto a sexo com homens já tive relação sexual com homens e travestis (sou bissexual com certeza), mas hoje não tenho mais. Sou casado com uma mulher, mas como dizem e acredito, assim como não existe ex-gay, acho que também não existe ex-bi, né? Smile
Já pensei se eu seria mais fluido, mas não me vejo mais, por exemplo, usando roupas masculinas.
Adaptei meu guarda-roupa pra pelo menos quando tiver no modo "homem", não usar por exemplo blusa apolo, que acho muito masculina.
Então, uso mais t-shirts com estampas, tenho dado preferências a t-shirts com gola canoa (adoro as com corte a laser), que são mais abertas ou gola V, em que posso colocar um colar de pérolas que tenho, ou outros que são mais femininos (tento usar no modo homem alguns acessórios femininos, pra sentir que sou eu mesma) e não abro mão mais de unhas esmaltadas e dos meus cabelos longos.
E também meu problema de transicionar é pelo fato de ser casada (com uma mulher).
Ela aceita meu jeito de me vestir, aceita eu sair de saia com ela, usar calcinha, esmaltar unhas, mas não gosta quando saio com ela muito maquiada, pois ela fala que engano bem (não à toa, posso até estar de calça e sem pintura nos olhos, muitas vezes me confundem com mulher e até muitas vezes acham que estou entrando no banheiro errado. rs rs rs).
Então, transicionar pra mim seria uma mudança muito radical de vida, significaria também aceitar que meu casamento acaba aí (ela mesmo já jogou meio que esse assunto, caso eu resolva mudar de vez). Uma escolha difícil.


Baseada na sua afirmação de que a transição seria uma mudança muito radical, fiquei curiosa: ao que você se refere quando diz "transicionar"? Se assumir uma mulher trans, fazer cirurgias de feminilizacão, tomar hormônios? 

Digo isso porque entendo que transicionar não é algo que acontece do dia pra noite e nem uma linha reta com linha de chegada.
Cada pessoa sabe aonde quer chegar e quais mudanças são interessantes e quais não. 
Como eu sempre digo, não faz sentido sairmos da prisão de uma caixinha (o masculino) pra cairmos em outra (feminino).

Eu diria que você já está no caminho certo. Adotando um visual andrógeno e testando o que funciona. O importante é não se deixar paralisar. Como diria Faith Hill: "um ritmo lento e constante".

Sobre a sua esposa, que ótimo que ela te entende e aceita. Tenho a convicção de que, se você conversar com ela sobre seus sentimentos e suas necessidades, ela vai saber lidar com a sua maquiagem.

Última edição por SarahHelen em Sáb 23 Mar 2024, 20:43, editado 2 vez(es)

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Gostei muito da sua história, [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar este link]!
Eu queria ser feminina assim, a ponto de ser confundida com uma mulher, mas sou bem masculina.

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Eu acho essa questão muito delicada, se você quer saber se é uma mulher trans ou não é algo a se trabalhar, buscar uma ajuda profissional é algo válido, no meu caso ajudou muito, já tive muitas confusões a respeito de quem eu era, isso quase fez eu enlouquecer, evite entrar na onda dos outros, não é porque uma pessoa se "descobriu" trans que você vai se descobrir, o ser humano é complexo, cada um de nós temos as nossas particularidades, se conhecer é algo fundamental em relação ao crossdressing, não só se conhecer como também saber os limites que você pode aguentar, sejam eles físicos ou mentais, no meu caso foi mais pelo aspecto mental mesmo.

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