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descriptionAnuncioMulheres trans falam sobre ser fetichizadas

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Por Eva Reign
Muitos homens cis-héteros lutam com sua atração por mulheres trans e corpos não-binários afeminados, então seus relacionamentos conosco frequentemente acontecem a portas fechadas. Mas a série Pose torna pública essas interações tidas como clandestinas, já que a série mostra homens cis que desejam e mantêm relações secretas com mulheres trans através das narrativas de Angel e Elektra. Ambas as mulheres namoram homens cis que as perseguem devido à fetichização de seus corpos — e as abandonam quando se tornam mais do que uma fantasia. A curiosidade dos homens cis em corpos trans subordinam as mulheres trans à objetos. Em vez de serem consideradas companheiras, almas-gêmeas ou namoradas, as mulheres trans são tratadas como brinquedos facilmente dispensáveis ​​dos homens.
Depois de Elektra (Dominique Jackson) ter uma cirurgia de redesignação sexual, seu parceiro Dick (Christopher Meloni) diz que não quer mais ficar com ela. Angel (Indya Moore) inesperadamente encontra-se sozinha também — depois de meses de viver confinada com seu namorado (casado com uma mulher cis) Stan em um apartamento, ele a abandona depois de um passeio do casal em público pela primeira vez.
Apesar de Pose retratar mulheres trans vivendo na década de 1980, muitas das mesmas dinâmicas entre mulheres trans e homens cis existem hoje. Falei com várias jovens mulheres trans, que descreveram suas experiências em torno de se sentirem fetichizadas e objetificadas pelos homens.

“Tratando-se de sexo e de namorar, meu corpo não pertence a mim”, me disse Teagan Rabuano, 22 anos, estudante de pós-graduação da NYU. “Eu sou apenas um objeto para os homens obterem prazer, apenas para ser descartada imediatamente depois”.


Os homens cis muitas vezes procuram as mulheres trans por puro desejo, com pouca vontade de buscar um relacionamento saudável. “Os homens estavam menos interessados ​​em me namorar e mais interessados ​​em transar comigo”, diz Cueponi Tlacatl, estudante de 20 anos da UC Berkeley. “Você poderia dizer que é apenas um sinal dos tempos. Vivemos em uma cultura que enfatiza o sexo em detrimento dos relacionamentos.”
O interesse dos homens cis frequentemente resulta de desejos egoístas, como exemplificado quando Elektra foi informada de que seu procedimento de afirmação quebrou o a atração física de seu parceiro — significando que ele só queria sua fisicalidade. desde seus traços faciais de modelo até seus genitais.
Os relacionamentos das mulheres trans com seus corpos, e especialmente seus genitais, podem ser complexos. De acordo com muitas das mulheres com quem falei, os homens cis que desejam mulheres trans querem alguém que tenha um pênis — levando pouca ou nenhuma consideração em como a pessoa que desejam se relaciona com seu corpo.
“Eu geralmente não gosto de interagir com meu pênis”, diz Xitalli Sixta-Tarin Sanchez, uma estudante de 22 anos da Escola de Arte de Chicago. “[Os homens] dizem que estão bem e que não o tocarão, mas sempre o fazem. Eu não tenho certeza se é alguma fixação pseudo-falocêntrica ou algo assim, mas eles simplesmente não conseguem superar isso. É uma droga, porque parece que toda a atração que eles tinham por mim de alguma forma fica fixada nessa única coisa. Eu sinto que eles, na maioria das vezes, relacionam o meu corpo com o deles, e como eles têm prazer — não pensando que eu poderia sentir prazer de tantas outras maneiras — o que acaba aumentando minha disforia.”
Rejeitar avanços sexuais de homens geralmente resulta em violência para mulheres trans. Seja na forma de violência nas ruas, abordagens em boates ou perseguição em aplicativos de relacionamentos, as mulheres trans são imediatamente apresentadas a homens cis que querem sexo. Quando seus pedidos são negados, se transformam em exigências que ameaçam a vida de mulheres trans. De acordo com a pesquisa Transgêneros nos EUA de 2015, quase 46% dos participantes sofreram agressão sexual. De retratos sensacionalistas da mídia a artigos de extrema-direita e conservadores, as mulheres trans são consideradas criaturas carnais que existem para o entretenimento dos homens.

“O que sempre acontecia com os homens que pareciam estar interessados ​​em mim, era que eles não estavam interessados ​​em mim. Eles estavam ‘curiosos’ sobre como era estar com uma garota trans. Qualquer garota trans. Eu me senti mais como uma aberração de circo do que uma pessoa. E quando eu expressei que não estava interessada em ser o experimento de alguém, os homens ficavam muito agressivos e violentos. Um minuto havia um cara que estava me cumprimentando e me chamando de uma linda mulher, no minuto seguinte ele estava me chamando de homem. ”


Aplicativos de relacionamento expõem ainda mais a natureza dos desejos fetichistas dos homens cis. “Muitos caras querem fazer sexo comigo, mas ninguém quer me levar para um encontro”, acrescenta Rabuano. “É frustrante sentir que meu único papel na vida dos homens é realizar suas fantasias sexuais quando tenho necessidades e desejos próprios. Não estou sugerindo que espero encontrar o amor da minha vida no Grindr, mas seria bom receber um pouco dessa atenção no meu dia a dia. ”
Essa objetificação direciona mulheres trans para o assédio tanto online como nas ruas, uma situação que é familiar para a modelo e atriz Jorja Brown: “As pessoas realmente me veem, uma mulher transsexual expressando minha feminilidade, como um convite aberto para zombar, assediar, citar, tocar e abusar, quando, como qualquer outro humano, mereço ter autonomia e propriedade sobre o meu corpo.
As mulheres trans que procuram amor estão tentando existir em um mundo que as rotula como hipersexuais. “Estamos em constante transição e sempre à beira do próximo passo”, diz Boogie, do Brooklyn. “Isso tornou difícil para um namorado ou companheiro ‘me entender’, ou melhor ainda, para eu ter liberdade mental e paciência para explicar minhas necessidades como mulher, com um passado muito claro e um futuro cheio de beleza, turbulência e metamorfose. ”
Esta é uma tradução do artigo Trans Women and Femmes Speak Out About Being Fetishized” de Eva Reign, para a them.

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É triste essa situação.

Muita gente enxerga as mulheres trans como meros "homens vestidos de mulher". Mas quem estudou sobre o assunto, sabe que "não tem diferença" entre uma mulher trans, e a que não é.

Aliás, já li um artigo (ou talvez tenha sido reportagem, não lembro exatamente onde vi isso) dizendo que tem muito "machão" aí casado com mulheres trans e nem desconfiam disso. Kkkk


Resumindo: Mulher trans não é Crossdresser, muito menos Travesti.
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