Sueli escreveu: Naty Lily escreveu: Ai, acho tudo isso tão triste! É por isso que não vejo muito futuro para mim no campo do amor! Queria muito transicionar e me casar com uma mulher, fosse ela cis ou trans, mas acho que já seria feliz se um homem me assumisse como namoradinha dele!
Nos estudos que fiz, vi esse sofrimento constante como parte do nosso mundo secreto. Projetamos em nós a mulher que desejamos de tal forma que incorporamos a feminilidade que conhecemos ser da mulher, e o fazemos de forma extrema. Muitas transexuais também o fazem e há um conceito formado de que uma transexual tem mais consciência do seu sexo do que uma mulher biológica, que pode se aceitar como mulher mas querer parte de sua vida como se homem fosse, isso tudo sem perder seu reconhecimento como mulher (ex. poder usar calças, ter direito a assistir futebol, não querer receber cantadas de outros homens, não usar sapatos de salto, cortar o cabelo, etc...).
Eu gostaria muito de sentir como seria sair publicamente em femme e receber cantadas, pra ver como é esse carinho. Isso é algo que ficará provavelmente somente no imaginário.
Nossa, também queria muito ter essa experiência, amiga! Mas um pouco dessa sensação eu tenho no dia a dia. Vou comentar algo que já relatei em outro tópico:
Costumo ser assediada por homens na rua, no dia a dia, justo quando estou vestida como homem, com roupas masculinas! Como sou delicada e tenho cabelos compridos, sobrancelhas bem feitinhas, unhas compridas, quadradas e bem cuidadas com base, pele fina e macia, e roupas que valorizam o pouco de curvas que tenho, acho que eles pensam que sou gay afeminado e dão em cima de mim! Sem falar nos que ficam mexendo na rua, dizendo "Vem aqui, gatinha", ou "Vem aqui princesa", rsrs! É engraçado, também, que mesmo estando assim, vestida como homem, percebo que alguns me confundem com mulher, e eu adoro isso, me faz muito bem! Talvez eu tenha uma aparência meio andrógina, sei lá!
Para você ter uma ideia do tipo de assédio, uma vez eu estava em um festival com meu filho pequeno, ou seja, uma festa pública ao ar livre, e um homem que estava sentado em uma mesa, me chamou para conversar. Eu me aproximei e delicadamente disse que não podia ficar porque meu filho queria ir nos brinquedos, então saí dali rapidinho, rsrs! Só que quando passei novamente pelo mesmo lugar, o homem segurou minha mão repentinamente e me puxou para dançar e envolveu meu corpo com o braço, igualzinho fazem com as mulheres, e eu sou baixinha e o homem era alto e forte, então não consegui me soltar. E ele ficou dançando comigo, abraçado e dando voltas no meio de todo mundo, e eu morreeeeendo de vergonha e de medo de alguém conhecido estar vendo, ahaha! Meu filhinho, tadinho, ficou observando tudo paralisado e com os olhos arregalados! Eu parecia uma boneca de pano nos braços daquele homem e só conseguia ficar dizendo que tinha que cuidar do meu filho e que ele estava sozinho no meio de pessoas estranhas, até que o homem parou de dançar e ficou só segurando na minha mão, me puxando para sentar na mesa com ele. Queria que eu ficasse ali com ele, comendo e bebendo, imagina?! Foi um custo convencê-lo a me deixar ir! Na hora foi tenso e bem constrangedor, mas uns minutos depois percebi que estava com o coração a mil e excitada! Comecei a achar graça de tudo aquilo e me senti envaidecida, então confesso que amei o assédio, apesar de tudo!
No trabalho tem um colega que fica me devorando com os olhos, elogiando minhas características femininas e jogando indiretas. Já faz um tempinho que me convida insistentemente para acampar e frisa que seremos só nós dois, rsrs! Não tem jeito: toda vez eu fico me sentido feminina e gostosa!